segunda-feira, 26 de maio de 2008

Nunca esquecer para mais tarde recordar

Sempre que se vê um filme e por mais breves que sejam as passagens mas que abordem a questão do Holocausto, é impossível que todos aqueles que tenham um pingo de estabilidade emocional, não sintam angústia e revolta por aquilo que se vê. No entanto, quando se revê um filme como "A Lista de Schindler", esses mesmos sentimentos surgem de um modo mais duro e abrupto.
Parece incrível como seis milhões de pessoas morreram, apenas por serem Judeus, era este o "crime" delas, serem Judeus.
Para além desta monstruosidade, e de tudo aquilo que a envolvia, houve quem arriscasse tudo, para salvar vidas. Obviamente que Schindler foi um enorme exemplo, mas não nos esqueçamos de Aristides de Sousa Mendes, o embaixador de Portugal em Bordéus, que de forma brava e destemida, salvou dezenas de milhares à morte certa.
Estes sim são os verdadeiros Homens, exemplos de verticalidade e de humanidade, e deveriam ser estes as referências para as juventudes, que tão longe andam desta realidade. Infelizmente continuam a impingir-lhes Cristianos Ronaldos e afins, pessoas tão fúteis e desprovidas de qualquer interesse moral, e que mais não servem do que para irem "alimentando o circo".
Quem tem valor e quem é realmente importante vai paulatinamente sendo esquecido e arrumado a um canto, e só de vez em quando lá é lembrado. Por isso, é com tristeza que vejo por exemplo, que a casa que pertenceu a Aristides de Sousa Mendes não seja recuperada e transformada em Museu, para que a sua pessoa e os seus actos jamais sejam esquecidos, pois deveriam ser eternamente lembrados e reconhecidos.

1 comentário:

  1. Por coincidência estou a ler "Se isto é um homem" de Primo Levi, onde este conta a sua passagem pelo mais famoso dos campos de concentração, Auschwitz. É arrepiante pensar que isto aconteceu há pouco mais de 60 anos... Ainda hoje se vê do que o Homem é capaz (Ruanda, Congos, etc). Desde que seja longe, o que interessa é o futebol e a política!

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