
José Sócrates, enquanto líder da oposição havia prometido que caso ganhasse eleições recorreria ao referendo para essa mesma ratificação, contudo agora recusa, escudando-se no facto de ter prometido referendo para o anterior Tratado, que como se lembram foi chumbado pelos Holandeses e Franceses. Apesar de ser mais uma promessa de Sócrates a cair por terra, sou forçado a concordar com a sua decisão, pois tal como outros referendos têm provado, sendo o último (referendo à interrupção voluntária da gravidez) prova disso mesmo, os portuguesas pouco ou nada ligam a este método democrático, dado que as taxas de abstenção são de tal forma altas, que os resultados dos referendo nem chegam a ser vinculativos, sendo necessário depois o parlamento viabilizar os resultados obtidos.
Assim, caso avançasse um referendo onde se pretendia saber se os portugueses seriam a favor ou não da ratificação do Tratado de Lisboa por Portugal, penso que o não venceria largamente. A esquerda retrógrada e oca, com o conluio da direita mais radical, associada à abstenção que seria com toda a certeza altíssima, colocaria Portugal de fora deste Tratado, o que seria claramente um erro de estratégia.
Por tudo isto, e por todo o empenho dado por Portugal para que este Tratado fosse uma realidade, na minha opinião a decisão de Sócrates é sensata e positiva para Portugal.
Nos referendos fico sempre com uma sensação de idiotice. Parece que os que votam são uns atrasados que ligam à política... Eu não ligo à política, mas (in)felizmente vivemos numa sociedade regida por políticos, virada para os políticos e moldada para os políticos. Pode ser ingenuidade, mas ainda quero acreditar no direito de opcção... Por outro lado, se nem para uma decisão tão importante como o aborto (desculpem, IVG) os portugueses acharam importante o referendo, não é para este tratado que o vão achar. decisão parlamentar poupa-me o trabalho de ir às urnas para demonstrar um tendência. Que o povo demonstre vontade de interferir antes de se queixar por tudo e por nada.
ResponderEliminarEmbora partilhando da opinião do senhor jaymz (coisa rara) fico sempre com esta dúvida: será que em democracia devemos "obrigar" as pessoas a ter o que é melhor para elas? Ou as pessoas têm o direito de decidir "erradamente"? Mesmo que a decisão da curta minoria que se manifesta seja completemente desinformada e manipulável...
ResponderEliminarCompreendo o ponto de vista anterior. Se é verdade que cabe ao Povo decidir, também é verdade que neste caso pouco é o interesse. Por outro lado o preço a pagar caso o Não ganha-se seria muito alto tendo em conta os desígnios Europeus. Concordo com Jaymz ao achar que Sócrates decidiu bem, mas será que a Nova Europa nos vai beneficiar? O tempo dirá...
ResponderEliminar