Ao contrário do Papa João Paulo II, Bento XVI tem-se pautado por uma postura mais sóbria e recatada, estando este facto patente, nas pouquíssimas visitas a países por ele efectuado até ao momento. No entanto, de um forma surpreendente, diga-se, Bento XVI decide visitar os Estados Unidos da América, país, que actualmente não seria de todo o mais aconselhável a visitar, e a espalhar a fé católica, atendendo ao clima crispado que existe ou existiria, resultante de toda a polémica gerada pelos actos pedófilos cometidos por alguns padres em solo norte-americano.
Contudo, e sem sombra para dúvidas, Bento XVI triunfou, pois o modo como abordou esta visita, foi de forma muita astuta e clínica. Primeiramente, na declaração inicial que fez aos americanos, abordou de uma forma inesperada e descomprometida, o assunto maior, ou seja, os actos pedófilos cometidos pelos padres. Seguidamente, ao efectuar um encontro com algumas das pessoas que foram alvo de abuso sexual pelos padres, conseguiu passar a mensagem de repúdio pelo sucedido, e de solidariedade para com todos aqueles que sofreram tal acto hediondo.
Assim, ao invés do que seria expectável, seguir o vulgar modo de actuar da Igreja Católica no que toca a assuntos incómodos, tentativa de os ignorar, e torná-los tabu, Bento XVI enfrentou esta matéria de forma destemida, conseguindo deste modo, com que uma pedra tenha sido definitivamente colocada sobre o assunto.
Curioso este modo de agir do Papa, pessoa tão previsível no modo de agir e pensar, sempre apostado em guiar-se pela linha mais tradicional, desta feita, surpreende tudo e todos.
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