quinta-feira, 19 de abril de 2007
ON A PLAIN
Tal como eu havia dito num dos meus últimos posts, a cidade de Viseu sempre foi fértil em bons projectos musicais, e se ainda existiam dúvidas, o concerto de ontem dos On a plain foi a prova provado do que eu havia referido.
Os On a Plain, são na realidade, a mais recente revelação do panorama musical viseense, com músicos originários de vários projectos, dão origem assim a uma banda com um som claramente "rockeiro", excepção feita a um ou outro tema.
Deste modo, o foyer do Teatro de Viriato em Viseu foi o palco escolhido para a banda proceder à apresentação do seu trabalho, ainda em forma de EP, constituído por 4 temas, e de nome "Special".
Não se pode considerar que o local do espectáculo fosse o melhor, pois o palco apresentava dimensões reduzidas, e as condições físicas do espaço pareciam apontar para que o som não se tornasse naquilo que todos esperavam. Contudo, mediante a qualidade do som praticado pela banda, acompanhado pela inesgotável energia e pela excelente presença em palco, todos os aparentes contras, se esfumaram, pois o espectáculo foi notável a todos os níveis.
Assim, a banda para além dos 4 temas que constituem o já referido EP, apresentou mais uma série de músicas, vindo a totalizar cerca de 45 minutos de um electrizante concerto. Se quanto à banda, e à postura empregue por esta está tudo dito, resta acrescentar que o público presente, apresentou-se em bom número, e se no início se mostrava um pouco reticente em fazer parte do espectáculo, no final da terceira música, assistiu-se à adesão total, não só acompanhando algumas musicais com palmas, assim como em cantar aquilo que a vocalista pedia.
Portanto, tudo indica que o público viseense está sedento de ouvir novos projectos, faltando apenas, que os poucos locais onde é possível que se realizem concertos, estejam cientes desta realidade, pois para além do mais, qualidade parece não faltar a estas novas bandas.
Falta apenas referir, que caso queiram conhecer melhor a banda em causa, podem passar pelo seu site, ou pelo myspace, onde poderão ouvir os 4 temas constituintes do referido EP.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
300
Mais uma incursão no cinema por parte de Zack Snyder, realizador de Sin City, 300 é um filme que vale realmente a pena ver no cinema... mas já lá vamos. A história é a da conhecida batalha das Thermopylae em que, entre outras tropas, 300 espartanos lutaram contra o invasor persa. A fotografia do filme é sublime se nos lembrarmos que se trata da adaptação de um comic. Mas Zack Snyder leva este facto a um extremo e por vezes ver o filme é como ir percorrendo os olhos pelas tiras de uma BD. Tendo isto em conta é realmente possível apreciar o filme e a maneira como cada cena é filmada. No campo da factualidade histórica é reconfortante depararmo-nos com pormenores que se enquadram com o que é conhecido do antes durante e após desta batalha. Não querendo incluir spoilers, nota para a crítica que é apontada ao filme de como a facção persa é retratada. Não me vou alongar mais, dizendo apenas que considero as críticas infundadas. Afinal não passam de histórias de guerra (e quem vir o filme vai perceber do que estou a falar) e cada lado conta a sua versão.
É sem dúvida um blockbuster, mas, e propondo um exemplo, pessoas que disseram que "O Tigre e o Dragão" tinha saltos ridículos não vão gostar (esquecendo-se que este filme vem em linha com um tipo de cinema muito peculiar).
Dito isto 300 é mesmo um filme para ver no cinema. Mas para quem aprecia o tipo de cinema. E para quem tenta perceber porque o realizador faz determinadas escolhas. Para quem prefere recriações históricas recomendo o Canal de História.
8\10
terça-feira, 10 de abril de 2007
Que bíblia é esta?
Depois do seminal álbum de estreia "Funeral", os Arcade Fire foram logo apontados como a melhor banda do Mundo. Não andam longe. É claro que a novidade trazida por eles ao panorama tão estagnado do mundo musical foi um despertar de consciências que só se vê em bandas como os Nirvana, Radiohead ou White Stripes, mas um só álbum perfeito não os torna imortais. E com esse grande problema se depararam ao preparar este "Neon Bible", o tão temido segundo álbum depois do sucesso planetário. Para mim tiveram muita coragem ao não repetirem a fórmula electrizante do primeiro álbum. Surgem menos arrojados, mais calmos musicalmente (com excepção de 3 ou 4 músicas), optando por serem mais incisivos em termos de letras. Há grandes músicas para quem as escutar com atenção, não ficando no ouvido como as do álbum de estreia, perdendo assim alguma força. Não deixa de ser um excelente disco, recomendo vivamente, pois são sem dúvida uma das melhores bandas no planeta (ao vivo são soberbos).
Fica aqui uma faixa do álbum interpretada ao vivo, No cars go.
8/10
sábado, 7 de abril de 2007
Da Weasel - Amor, Escárnio e Maldizer
Após ouvir o novo álbum (Amor, Escárnio e Maldizer) dos consagrados Da Weasel, fico com a sensação de que uma banda como esta, pode e deve fazer muito melhor do que aquilo que apresenta neste álbum.
É um álbum que se vai tornando enfastioso, essencialmente graças a uns designados temas, mas que mais não são que uns meros separadores entre músicas "a sério". Por outro lado, quem ainda não o ouviu, não pense que o single (Dialectos De Ternura) representa minimamente o som praticado pela banda ao longo do cd, pois a certa altura interroguei-me se este tema não foi simplesmente construído a régua e esquadro para se associar à publicidade da TMN.
Para além do mais, este álbum conta com a participação especial de artistas igualmente consagrados da música portuguesa, tais como Simão Sabrosa (!) e os Gato Fedorento (!), tendo estes últimos, inclusive o privilégio de terem um tema só para si, denominado "Ó Nigga, Tu És Nigga, Nigga (feat.Gato Fedorento)" e a participarem num outro.
Posto isto, resta acrescentar que fora uma ou outra música, este é um álbum que com toda a certeza irá defraudar em muito, a expectativa de alguns dos muitos fãs que esta banda possui.
5/10
quarta-feira, 4 de abril de 2007
Salazar...
Para ser completamente sincero fiquei admirado de não ter sido comentado no blog a "eleição" de Oliveira Salazar como "Maior Português de Sempre". Provavelmente ou o assunto não merecia grande interesse (não passa de mais um programa de TV) ou simplesmente não houve tempo para fazer uma grande exposição sobre o assunto. Ora como eu tenho um tempinho cá vai: Pessoalmente, e apesar de se tratar "apenas" um programazeco de televisão, achei grave e acima de tudo triste os resultados das votações. Não me vou alongar em argumentos de que os portugueses têm memória curta (a revolução foi em 74) já que acho óbvio que os resultados da votação foram essencialmente fruto de dois grupos de apoio, sendo um deles o PCP. E o outro? Aparte dos jovens rebeldes que não se importaram de gastar 60 cêntimos só para criar confusão e votar no salazar quem mais votaria em salazar? Os membros do PNR? Não me admira. Alguns membros mais extremistas do CDS? Acredito que sim. Mas mesmo assim ainda faltam muitos votos... Isto tudo para dizer que me entristece bastante que contemporâneos do regime e da revolução tenham escolhido em consciência Salazar como o maior português de sempre. Um ditador! De todas as discussões que tenho tido sobre este assunto ainda não encontrei razões válidas para o sucedido: um grito de revolta contra o estado do país... o falhanço da democracia... Argumentos ridículos, graves e acima de tudo desesperantes. Portugal precisa mesmo de um exorcismo... um exorcismo da mente.
CSS - Cansei de ser sexy
Do Brasil vem uma nova era da música pop. À base de ritmos electrónicos e guitarras pouco aprofundadas, este conjunto nascido em São Paulo, formado por 5 representantes do sexo feminino e um solitário (mas concerteza feliz), vei trazer ao panorama musical algo que se foi perdendo nos últimos anos: originalidade. É verdade que não são nenhuns monstros dos instrumentos, mas a sonoridade mesclada de pop e electrónica rapidamente conquista o mais incauto do ouvinte. Vale a pena ouvir e porque não ver... Este álbum homónimo (o primeiro por uma editora profissional) já conta com 3 singles, Let's make love and listen to death from above, Alala e Off the hook. A não deixar de fora do álbum estão concerteza Music is my hot hot sex e Alchool. A ouvir com atenção e com o espírito elevado.
7/10
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