terça-feira, 27 de março de 2007

NIN |Beside You in Time|

Ouvi falar do lendário Trent Reznor, faz já alguns anos, por ocasião da feitura da banda sonora para Quake. Na altura os sons obscuros e retorcidos assentavam que nem uma luva à dinâmica do jogo de computador.

Mais recentemente descobri “With Teeth”, produzido na mesma altura que Trent se deparou com a batalha contra o alcoolismo e outras substâncias. Apercebi-me então do estilo impar e estilizado deste que é o produtor, cantor, escritor, e instrumentista da sua banda apelidada de NIN (Nine Inch Nails).

No entanto o que me leva a escrever este post é “Beside You in Time”, um DVD com performances ao vivo daquela que foi a digressão da banda 2005-06 nos EUA. O perfeccionismo que caracteriza Trent alaga por completo o espectador, com efeitos visuais 3D de origem utópica, acompanhados por excelentes ensaios nas luzes. O som não se fica atrás! As várias camadas são perfeitamente talhadas, e até nas músicas mais exigentes o som nunca fica pastoso. Ansioso estou eu para poder dar uso à faixa DTS num sistema HiFi digno desse nome, para descobrir novos sons da amálgama imaginada pelo génio contorcido de Reznor.

A interpretação é sensacional e os restantes músicos fazem um excelente trabalho. Outro aspecto que não descura neste cenário é o artwork, ao nível do que NIN já me habituou, quebrando o fastio do artwork que normalmente se encontra em edições deste género provindos de outras bandas.

Posto isto, “Beside You in Time” é uma excelente forma para se conhecer NIN e entrar num universo sem paralelo em tudo o que já vi e ouvi.

Em jeito de rodapé convém referir que o mesmo se encontra disponível também nos formatos de alta definição (Blu Ray, HD DVD).

10/10

domingo, 25 de março de 2007

Politiquice? Talvez Sim, Talvez Não.


Este post pode parecer um pouco politiquice "baratucha", mas não me interessa, pois é daquelas situações que me irritam em demasia.
Por um lado, temos um discurso por parte do Governo que visa, a contenção, a austeridade, a dureza, o que conduz a que todos, ou quase todos, tenhamos de contar os tostões, pois a vida actual não está para exageros. Os Serviços de Atendimento Permanentes são fechados em catadupa, com especial incidência na região centro do país, porventura uns bem fechados, outros talvez nem por isso, mas o que interessa é que em 2008 o défice esteja abaixo dos 3%, para não se levar mais um puxão de orelhas por parte da União Europeia.
Pelo outro lado, estão aqueles a quem a palavra "crise" nada significa, nomeadamente uma certa classe, que vive na sombra dos cargos públicos de nomeação. Nomeação essa, alicerçada não no mérito, mas única e exclusivamente na cor política. Não interessa que não sejam possuidores das competências exigíveis para desempenhar certa função, pois aquilo que é necessário é serem bajuladores e nas alturas devidas decidirem sempre a favor daqueles que os nomearam. Pois bem, ficou-se hoje a saber, que são estes mesmos parasitas, que no ano transacto, auferiram vencimentos superiores àqueles, a que a nossa República impõe ao próprio Presidente desta, sem que justifiquem minimamente esta situação.
No mínimo, esta situação roça o ridículo, pois se o ainda Director Geral dos Impostos, Dr. Paulo Macedo, que apesar de ter desempenhado de forma brilhante a sua função, de ter conseguido, juntamente com a sua equipa de trabalho, com que o Estado arrecadasse milhões, irá dentro em breve ser dispensado, pois aufere um valor superior ao do Presidente da República, aqueles que em nada contribuem para que este país deixe de ser bolorento, sujo e corrupto, irão manter-se calma e descontraidamente nos seus lugares, irão continuar a auto premiarem-se, irão continuar a usufruir de um sem fim de fabulosas regalias, sem que nada seja feito, pois aqueles que dirigem, irão continuar a assobiar para o ar, como se nada se passasse.
De tudo isto, o que se infere, ou pelo menos a imagem que transparece, é que no sector público, a qualidade do trabalho desenvolvido nada interessa, pois aquilo que convém, é ter as pessoas certas, nos locais certos, nem que estes sejam corruptos e incompetentes incorrigíveis.

domingo, 18 de março de 2007

Viseu a acordar?

Ontem fui agradavelmente surpreendido ao assistir num bar de Viseu (Reitoria), a um concerto de uma banda ainda pouco conhecida (pelo menos da minha parte) do panorama musical português. Não se pense que Viseu a nível musical é uma cidade morta, bem pelo contrário, pois ao longo dos anos vários foram os projectos de qualidade que aqui germinaram.
No entanto, espaços para que bandas ainda não implantadas se possam mostrar, são muitíssimo reduzidos, juntando-se ainda o factor económica, tudo contribui para inviabilizar qualquer iniciativa em apostar em novos valores.
Contudo, ao que parece, o Bar Reitoria decidiu finalmente apostar em apresentar bandas ainda desconhecidas. Assim, ontem, foi possível assistir à actuação da banda Mantra, originários de Guimarães.
Apesar das evidentes limitações técnicas, os Mantra tiveram a possibilidade de mostrar o seu som ao público presente. Não se pode dizer que o concerto tenha corrido maravilhosamente, pois os problemas técnicos, infelizmente, sucederam-se. Tudo começou com a primeira música, onde apenas foi possível ouvir a voz da vocalista, e mal, durante cerca de metade do tema, pois o microfone, teimosamente, decidiu deixar de funcionar. Assim, e após o termino desta, a banda decide prescindir do microfone que se encontrava apontado ao tímbalo da bateria, e entregá-lo à vocalista, no sentido de remediar a situação surgida.
Contudo, e apesar do esforço mostrado pela vocalista em se fazer ouvir, apenas o conseguiu a espaços, pois o nível de som do seu microfone, era de tal modo baixo, que a sua voz, ficava praticamente abafada pelo som emitido pelo resto dos instrumentos, situação idêntica se verificou com a secção de metais (trompete e saxofone).
No que ao concerto propriamente diz respeito, os Mantra apresentaram durante cerca de uma hora temas originais, excepção feita à música “Chaga” dos saudosíssimos Ornatos Violeta. Achei o som praticado pela banda bastante interessante e agradável, assim como a postura apresentada. Destaco e elogio a banda pela presença profissional que demonstraram apesar de todos os contratempos em que se viram envolvidos.
Espero sinceramente que outros bares da cidade de Viriato apostem nestas bandas menos reconhecidas, pois os visieenses agradecem.
Se quiserem saber mais sobre a banda, podem passar pelo blog ou pelo myspace deles, onde aqui, poderão inclusive ouvir o seu som.